Salvo de arder na fogueira do famoso escrutínio da biblioteca deAlonso Quijano, juntamente com o Amadis de Gaula e o Tirante o Branco, a Crónica do famoso e muito esforçado cavaleiro Palmeirim deInglaterra foi atribuída por Cervantes a um «discreto rey dePortugal». Explica-se isto pelo facto de as duas primeiras ediçõesconhecidas desta obra terem aparecido de forma anónima, uma por voltade 1544, e uma outra em 1567, na cidade de Évora, pelo impressor André de Burgos. Só a edição de 1592 (Lisboa, António Álvares) inseria pela primeira vez um prólogo redigido pelo autêntico autor da obra, oportuguês Francisco de Moraes.